quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Vetalas vampiros da Índia.











Nem só de deuses e sábios vive o hinduísmo, existe toda uma gama de criaturas entre os três mundos que são conhecidas, temidas e adoradas pelos seguidores dos Vedas desde tempos imemoriais.
Andando pelas livrarias aqui de São Paulo vi o grande sucesso que os livros de vampiros fazem hoje (eu adoro Anne Rice qualquer outro vampiro fica sem graça se não for como os dela) as historias acerca estes seres datam dos primórdios da humanidade e são encontradas no Egito, Mesopotâmia, Europa e também na Índia onde são chamados de Vetalas os Betalas.
Os vetalas são seres que rondam cemitérios e crematórios à noite, alimentam-se de carne e principalmente de sangue humano ou animal, tem forma etérea mas manifestam-se materialmente ou podem se apossar de corpos mortos e usa-los, assim como as dakinis que também se alimentam de sangue ( passatempo sobre Maharaja Bharata quando este fpoi salvo por Kali dos ladrões descritos no Bhagavata Purana) esta galerinha vive sobre a supervisão do Senhor Shiva e de Devi Kali de quais alguns são servos, estes (os servos de Shiva e Kali) são adorados em alguns locais da costa oeste da Índia como no templo de Sri Bhetal Mandir (em Goa), alguns são adorados em rituais tântricos afim de fazerem algum serviço, para o bem ou para o mau, por mando de alguma pessoa através de oferendas tamasicas ( no modo da ignorância, como sangue e carne por exemplo).
Textos sânscritos antigos contam histórias acerca dos vetalas o mais conhecido e sobre o rei de Ujjain chamado Vikramaditya que viveu entre 102 A.C até 15 D.C. e estão narrados no livro chamado Vaital Pachisi, os vetalas por estarem fora dos parâmetros mortais de tempo e espaço sabem muito sobre o presente, passado e futuro e conhecem intimamente a natureza humana, por este motivo alguns tântricos da linha vamachara, ou “da mão esquerda” parte digamos mais “negra” do tantra para resumir, tentam conseguir estes seres como escravos.
O rei Vikramaditya prometeu a um tantrico que lhe traria um vetala e foi ate uma arvore junto ao crematório onde se sabia que ele habitava.
O rei Vikram enfrenta muitas dificuldades para levar o vetala ao tantrico. Cada vez quanto Vikram tentava capturar o vetala, ele contava uma história que termina com um enigma. Se Vikram não conseguisse responder à pergunta corretamente, o vampiro consentiria de se manter no cativeiro. Se o rei responde à pergunta corretamente, o vampiro escaparia e voltaria à sua árvore, o rei é incapaz de manter a sua boca fechada se ele souber a resposta, devido ao seu ego de kshatria Apesar de conhecer o que o vampiro, ele sabe a resposta a cada pergunta; por isso, o ciclo de captura e solta do vampiro continua vinte e quatro vezes.
Na vigésima quinta tentativa, o vetala conta a história de um pai e um filho no final de uma guerra devastadora. Eles encontram a rainha e a princesa viva no caos, e decidem levá-los para casa. No devido tempo, o filho casa-se com a rainha e o pai casa-se com a princesa. Conseqüentemente, o filho e a rainha têm um filho, e o pai e a princesa tem uma filha. O vetala pergunta que a relação entre duas crianças recém-nascidas. A pergunta confunde Vikram. Satisfeito, o vetala permite que ele seja levado.
O vetala revela o plano do tantrico de sacrificar Vikram, decapitando-o enquanto ele se curvase perante a Deusa. Desta forma o tantrico poderia obter o controle sobre o vetala. O vampiro sugere que o rei pergunte o tantrico como fazer as reverências, assim tirar proveito daquele momento para decapitar o próprio mágico. O Vikramāditya faz exatamente o que o vetala diz e ele é abençoado pelo Senhor Indra. O vetala oferece ao rei um benefício, sobre o qual Vikram solicita que a vida do tantrica seja restaurada e que o vetala viria à ajuda do rei quando necessário.

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