terça-feira, 21 de julho de 2009

Foto do dia. Rajagopalan Krishna.


Esta deidade e uma forma de Sri Krishna chamada Rajagopalan, ou Krishna como rei dos pastores, fica em um templo importante muito conhecido na cidade de Mannargudi, estado de Tamil Nadu (adoro este lugar né).

A deidade principal tem dois metros de altura ( a da foto é a utsava murthi ou deidadefuncional) esta vestida de seda, brocados e jóias valiosissímas.

Gosto destas formas diferentes de Krishna um pouco fora da mais conhecida com pernas cruzadas e tocando flauta.

Ushas a deusa da aurora.







È dito que existem 33 milhões de devas, com este grande número uma minoria é conhecida e com culto então menos ainda, além disso, algumas são mais famosas em certos períodos históricos e em outros quase esquecidos, este é o caso de Ushas a deusa da aurora.
Ushas era muito importante no período védico, dos 1028 hinos do Rig Veda 20 são dedicados a ela.
No Rig Veda 6.64.1-2 Ushas é invocada como segue:

"A Alvorada radiante aumenta e sobe para a sua glória, no seu esplendor branco como as ondas de águas.
Ela torna os caminhos todos fáceis, fáceis de viajar, e rico, mostrado-se ela mesma benigna e amistosa.
Vemos que a sua arte é boa, longe vão os brilhos de seu lustre; seus raios, seu esplendor voa até o céu.
Enfeitando a si mesma, ela desnuda seus seios, brilhando com majestade, você Deusa da Manhã. "

Ushas é descrita como uma bela jovem com roupas translúcidas que mudam de cor como a aurora e usando ornamentos dourados como as noivas.
Ela traz a luz da manhã, que é bela, e tira a ignorância (tamas) com a luz que representa o conhecimento, no melhor horário do dia usado pelos sábios para meditação e adoração, pois ela é auspiciosa (mangala) que nos traz o novo dia o novo começo após as trevas e a ignorância, ela é uma das eternas companheiras de Surya o deus do sol. e às vezes aparece diante dele com arco e flecha na mão mandando embora a escuridão, acompanhada de aves que cantam a manhã.

Sri Vishnupriya Devi e Dhameswara Mahaprabhu







Como só Dasananda Gouranga Dasa respondeu minha enquête aqui vai algumas informações sobre a deidade preferida dele.
Dhameswara Mahaprabhu, uma deidade de Sri Krishna Chaitanya Mahaprabhu o próprio Sri Krishna que encarnou como Seu próprio devoto, esta deidade é muitíssimo especial, pois ela era adorada pela própria esposa e shakti eterna do Senhor, Sri Vishnupriya Devi.
O Senhor Supremo tem inúmeras energias (shaktis) desta suas energias internas são enumeradas em três: Sri (Lakshmi), Bhu (a Deusa da Terra) e Nila (Adithi uma consorte menos conhecida do Senhor Vishnu descrita principalmente no Nila Shuktham do Thaithreeya Samhitha ).
O Senhor Chaitanya é Krishna e Vishnupriya é Sri Bhu Devi que apareceu para ajudar o Senhor a expandir o cantar santo nome do Senhor.
Como esposa e shakti do Senhor Vishnupriya era perfeita como devota e exposa exemplar, filha de Sanatana Mishra um brahmana exemplar e grande devoto do Senhor, um dia ao se banhar no Ganges ela se encontrou com Saci Devi, a mãe do Senhor Chaitanya, e prestou-lhe humildes reverencias esta surpresa com sua beleza e todas suas outras boas qualidades e decidiu que ela era a esposa perfeita para seu filho e que acabava de perder Sua primeira esposa Lakshmipriya (Lakshmi), então os arranjos foram feitos e Ela se casou com o Senhor (na foto o Senhor Gouranga e Suas duias esposas Lakshmipriya e Vishnupriya).
















Passaram pouco tempo na vida de casados, pois o Senhor Chaitanya decidiu tomar sannyasi (vida de renunciante) aos 24 anos e Vishnupriya, com 14 anos na época, se viu separada fisicamente de seu querido esposo não queria beber ou comer até o Senhor Chaitanya aparecer em um sonho e dizer que ela deveria fazer uma deidade Dele de uma arvore de Seu quintal onde sua mãe costumava sentar o que ela fez, e viveu o resto de sua vida adorando a deidade de seu amado, foi ela a primeira a estabelecer uma deidade do Senhor Chaitanya que existe ate hoje em navadwipa na Bengala onde vivia o casou e é conhecida por Dhamesvara Mahaprabhu ou o “Grande Senhor Controlador dos Locais Sagrados”.
Da mesma forma que o Senhor Chaitanya passava o dia a glorificar o Santo nome do Senhor cantando HARE KRISNHA, HARE KRISHNA, KRISHNA, KRISHNA , HARE, HARE, HARE RAMA, HARE RAMA, RAMA RAMA, HARE HARE, sua esposa adorava a deidade de Dharmeswara e perante ela colocava dois potes um cheio de arroz e outro vazio, para cada mantra que ela cantava ela colocava um grão de arroz no pote vazio isso até por volta das 15:00 horas e então o que tinha colocado no pote ora vazio ela cozinhava e este era tudo o que comia durante o dia.
Srimati Vishnupria viveu com a mãe do Senhor Chaitanya , Sacidevi, após seu esposo renunciar a todas as atividades materiais, ela deixou este mundo aos 65 anos de idade em 1561 D.C.
Nas fotos a deidade de Dhameswara e cenas da vida de Vishnuprya e Chaitanya.






quinta-feira, 16 de julho de 2009

Foto do dia. Panchamukha Hanuman.


Eu adoro deidades grandes são mais faceis de banhar e vestir além de um grande apelo dramatico mais acho que deste tamanho iria dar um certo trabalho, este Panchamukha Hanuman (Hanuman com 5 cabeças) esta num distrito na cidade de Chennay capital de Tamil Nadu, lindo não?

quarta-feira, 15 de julho de 2009

काली Kali
























Vou tentar explicar de umas das manifestações mais difíceis de explicar da religião védica a deusa Kali काली.
Ela é uma das formas mais enigmáticas e controversas principalmente para a mente moderna e ocidental, mas vou tentar passar um pouco do que sei acerca esta grande personalidade.
Para quem não esta familiarizado com ela a primeira impressão é de medo e horror – uma bela mulher nua usando um pequeno saiote de braços e mãos decepados um colar de cabeças decepadas ou crânios um longo e luxuriante cabelo despenteado e solto ao vento, caninos longos, boca manchada de sangue com a língua para fora, três olhos vermelhos, e geralmente quatro mãos carregando uma espada pingando sangue, uma cabeça decepada e um gesto abençoando (varada-mudra) e outro pedindo para não teme-la (abhaya-mudra) num cenário que pode ser um campo de guerra ou um crematório, é ela não se encaixa nos “standards” de doçura e refinamento.
É dá para assustar mais o efeito e como ver o mar de longe pode ser de vários tons de azul ou verde mais ao pegarmos a água e nos aproximarmos veremos que a água é transparente, assim Kali também é muito diferente do que aparenta.
Enquanto alguns cultos hindus lhe rendem muitas homenagens outros a abominam,faz parte de né, geralmente se abomina o que não se entende por medo ou o que simplesmente nos chamamos de “o outro”.
Mas ao vermos a simbologia neste aspecto aterrador com certeza criaremos admiração por ela.
A palavra Kali significa tanto “negro”, ela tem uma tonalidade azul beirando o negro, e também e principalmente é a forma feminina de kala ou seja tempo, pois ela é o poder do tempo que tudo devora e não tem dó de nada nem ninguém, o tempo que cresce em proporções infinitas e destrói os mundos manifestos, junto com o falso-ego (ahankara) existente neles.
Ela aparece geralmente sobre o corpo “morto” de Shiva, seu esposo, que sem ela é shava ou um cadáver em um crematório ou campo de batalha com vários cadáveres ao chão, parece aterrador mais o cenário está em harmonia com a idéia de que tudo tem um fim e nada mais poderoso para demonstrar isso que estes locais de morte, onde só ela esta viva demonstrando que o divino esta além do material mesmo quando este esta imanifesto, por isso também ela esta nua, vestida de céu, pois não conhece limites, seus cabelos soltos representam sua liberdade, NADA pode parar o tempo.
Ela é a personificação de Tamas ou a ignorância, energia esta responsável pela dissolução dos mundos e ela é também o vácuo do universo e o vácuo antes e depois da criação por isso ela também é negra, pois, todas as cores se fundem no negro, como representa também o período em que o universo esta imanifesto dentro do corpo do Senhor Vishnu ela é chamada Maharatri ou a “Grande noite”.
As mãos em sua cintura representam as oferendas recebidas por ela, pois mãos são um símbolo ótimo para o trabalho e alguém só pode oferecer o fruto de seu próprio trabalho, as mãos também são símbolos de energia, da energia que altera o mundo.
O colar de crânios em numero de 50 representa as letras do alfabeto sânscrito a manifestação dos sons e dos mantras de onde se manifesta a criação.
Como ela manifesta a energia para a dissolução para que haja uma nova criação não é por menos que ela tenha esta aparência mais ela é considerada pelos seus devotos como a Mãe e por isso o abhaya-mudra com a mão levantada dizendo “não tenham medo” e para quem lhe pede ela também da as graças como indica o varada-mudra ou a mão aberta virada para baixo um símbolo de benção.
Sobre o Senhor Shiva sobre seus pés existe uma historia que explica o por que:
Kali nasceu da ira de Durga quando esta juntou as sobrancelhas em ira na sua luta contra os demônios saltando de entre seus olhos, após destruir os demônios em batalha kali começou a dançar de forma desenfreada e enquanto dançava os mundos tremiam e ameaçavam ser destruídos então os devas foram ao Senhor Shiva pedir que tentasse parar sua querida esposa, o Senhor Shiva então pediu para que kali interrompesse a dança, mas, como ela estava em êxtase nem lhe ouviu, então Shiva se jogou em meio aos corpos no chão abaixo de Kali para que Seu corpo absorvesse o impacto da dança mas quando Kali viu consorte sobre ela recolheceu o erro e colocou a língua para fora de vergonha.
Como Kali é shakti ou energia de Shiva nada mais natural de que ela fique “firme” sobre seu esposo.
Kali e figura central dentro dos cultos tântricos e shaktas, uma das poucas deidades para que se oferecem sacrifícios de sangue hoje em dia possui muitos templos dedicados a ela principalmente no estado da Bengala onde sua festa é um grande evento anual.
Muito mais poderia ser dito acerca de Kali Devi mais se for colocar tudo aqui teria de escrever um livro, que quiserem saber mais sobre ela podem ler Kali: the feminine force de Ajit Mookerjee ou Hindu Goddesses: Vision of the Divine Feminine in the Hindu Religious Traditions de David Kinsley ótimos livros ou pode ainda me perguntar se não souber a resposta juro que irei atrás.
Para os vaishnavas (sei que entram vários aqui) vai uma informação no mínimo interessante uma vez Krishna esta com Radha e as outras gopis na floresta de Vrindavana então o esposo de Radha veio na direção onde o grupo se encontrava presentindo sua chegada Krisna tomou a forma de Kali e as gopis começaram a adora-Lo naquela forma e assim Krishna enganou (mais uma vez) o marido de Srimati Radharani (duas fotos abaixo são sobre este passatempo a ilustração e a deidade de Kali de amarela vestica como Krishna com turbante).


terça-feira, 14 de julho de 2009

Ola povo!!! Vai uma enquete?


Eu não conheço boa parte das pessoas que entram aqui gostaria de saber de vocês qual é a sua deidade preferida?
Saber um pouco mais dos que frequentam este blog.
Se alguem também tiver algum artigo interessante sobre hinduismo e se quiser que eu post aqui é só me enviar arjunaji@hotmail.com.

Namaskar

Foto do dia. Jagannatha e irmãos em Sri Rangam.


Sri Jagannatha, Sri Baladeva e Srimati Subhadra em uma forma unusual no templo de Sri Rangam no sul da Índia, a deidade está um um templo que comemora a passagem de Sri Krishna Chaitanya Mahaprabhu pelo templo onde passou quatro meses, acredita-se que o próprio Senhor Chaitanya esculpiu as três imagens.

Sri Mahalakshmi Ashtakam























Geralmente a religião védica é vista como o culto centrado em divindades masculinas como Sri Vishnu ou Shiva, mas os seguidores do sanathana dharma sabem que não existe o “lado” masculino sem sua parte feminina ou shakti (energia, poder), no vashnavismo esta shakti é personificada por Sri Lakshmi no caso de Vishnu , Radha no caso de Krishna ou Sita no caso de Rama, é imprescindível para o bhakta (que segue bhakti) a devoção as formas femininas do divino pois elas são os meios e as intercessoras junto a Seus divinos consortes, e são elas também que zelam pela proteção e pelo crescimento e florescimento da vida devocional do bhakta, pois encarnam a misericórdia e a maternidade mas também são as que mais cobram nos cumprimentos dos deveres devocionais pois como elas cuidam muito bem de seus consortes assim também esperam que os devotos o façam,sobre isso alguns passatempos são conhecidos como uma vez em que Lakshmi Devi apareceu pessoalmente no templo de Jagannatha Puri onde prendeu e puniu os devotos e pujaris (sacerdotes que zelam pelas deidades no templo) que não estavam desempenhado devidamente seus serviços.
"Sri" na tradição Sri Vaishnava é a Deusa Mahalakshmi que é a fundadora da sampradaya (linha de sucessão discipular).





















O Sri e Vaishnava – representando Vishnu e Lakshmi – em conjunto são a meta e destino ser alcançado pelos devotos desta tradição. Sri Mahalakshmi é tanto upayam, como upeyam (os meios, e a meta). Ela intercede em nome dos jivatmas (almas) errantes (purushaakaaram) ao Senhor Supremo, e confere o serviço eterno ao par divino (nitya kainkaryam) que é a meta final que todos os devotos alcançam sobre a rendição completa. Os seguintes versos são o Sri Mahalakshmi Ashtakam que foram compostos pelo senhor Indra o rei dos Devas em honra a Lakshmi Devi.







Saudações repetidas vezes a Deusa Mahalakshmi
Que é a maior encantadora! Que vive em riquezas!
Que é adorado pelos Deuses, e quem tem a concha, a roda e a maça em suas mãos!

Saudações repetidas vezes a Deusa Mahalakshmi!
Que monta em uma águia!
Que criou o medo a Kolasura!
Ela é a Deusa que pode destruir todos os pecados!








Saudações repetidas vezes a Deusa Mahalakshmi!
Que conhece tudo! Que pode conceder qualquer coisa!
Que parece amedrontadora às más pessoas!
Ela é a Deusa que pode destruir todo o sofrimento!

Saudações repetidas vezes a Deusa Mahalakshmi!
Que concede inteligência e poderes ocultos!
Que concede a devoção a Deus e salvação!
Que pode ser personificado por canções sagradas, e quem é eternamente a Deusa!





Saudações repetidas vezes a Deusa Mahalakshmi!
Que não tem um fim nem começo!
Que é o poder primordial!
Que é a maior Deusa!
Que nasce sem necessidade de penitências!
Ela pode ser personificada pela meditação!

Saudações repetidas vezes a Deusa Mahalakshmi!
Que é a maior e a menor!
Que é a mais espantosa!
Que é a força mais forte e poderosa!
Que dentro dela mantém os mundos!
Ela é a Deusa que pode destruir pecados!







Saudações repetidas vezes a Deusa Mahalakshmi!
Que é a Deusa que tem o assento do Lótus!
Que é a personificação da verdade última!
Ela é a Deusa de todos, e é a mãe de todos os mundos.

Saudações repetidas vezes a Deusa Mahalakshmi!
Que usa vestes brancas e vários ornamentos!
Que está em todo lugar no mundo!
Ela é a mãe de todos os mundos!

Todas as glorias a Sri Lakshmi Devi a amada que mora no peito do Senhor Vishnu

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Foto do dia. Jagannatha á espera do banho.


To de olho em vc!!!

Nesta foto Sri Jagannatha em Seu banho anual antes do famosos Ratha Yatra na cidade de Puri este ano.

O Primeiro Ocidental.








Muitas pessoas acham que a conversão de ocidentais a religião védica é um fenômeno recente, não é bem assim uma prova arqueológica disto é uma coluna se suportava uma imagem de Garuda perante um antigo templo de Vaasudeva-Vishnu, infelizmente nada resta do templo ou mesmo de Garuda.
A coluna foi erigida por Heliodoros, um embaixador dos reinos gregos na Índia por volta de 110 D.C, na coluna ele se denomina uma bhagavata (devoto de Bhagavam ou Deus Vishnu-Krishna), grupo muito antigo de vaishnavas um das mais antigas correntes vaishnavas conhecidas, está hoje na região de Vidisha na Índia central próximo a famosa cidade budista de Sanchi, o que faz notar que mesmo na era budista o vaishnavismo já pregava e denota também a aceitação de estrangeiros por parte dos brahmanas e sua iniciação dentro da ordem bhagavata, Heliodoros é o primeiro bhakta ocidental documentado na história.
As inscrições são feitas na antiga língua bharmi do norte da Índia e o português foi traduzido do inglês por Dasananda Gouranga Dasa.

"Devadevasa Va [sude]vasa Garudadhvajo ayam
karito i[a] Heliodorena bhaga-vatena
Diyasa putrena Takhasilakena
Yonadatena agatena maharajasa
Amtalikitasa upa[m]ta samkasam-rano
Kasiput[r]asa [Bh]agabhadrasa tratarasa
vasena [chatu]dasena rajena vadhamanasa"

"Essa coluna-garuda de Vasudeva (Krishna ou Vishnu), Deus dos Deuses, foi construído aqui pelo devoto Heliodoros, o filho de Dion, homen de Taxila, enviado pelo grande Rei da Grécia (Yona) Antialkidas, como embaixador para o Rei Kasiputra Bhagabhadra, o filho salvador da princesa de Benares, no décimo quarto ano de seu reino."

"Trini amutapadani‹[su] anuthitani
nayamti svaga damo chago apramado"

"Três preceitos (pegadas) imortais... quando praticados levam ao paraíso: auto-controle, caridade e consciência". Nas fotos detalhe com as inscrições.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Chamunda Devi











Chamunda, Chamundi, Chamundeswari ou Charcika são nomes de uma forma de devi muito ligada a Kali como um dos aspectos mais aterradores de Devi.
Chamunda é geralmente representada como uma das saptamatikas (sete Mães) citada assim no Mahabharata ou como a principal das 64 Yoginis que servem à deusa Durga.
De grande importância nos ritos tântricos Shaktas Chamunda vive nos crematórios e nas florestas, seu nome deriva de dois generais demônios mortos por ela chamados Chanda e Munda em uma historia narrado no Devimahatmya do Markandeya Purana.
Ela é uma das poucas devis que recebem sacrifícios de animais e álcool nas suas oferendas e é ligada a Rudra um dos aspectos mais irados do Senhor Shiva.
No Devimahatmya é dito que ela nasceu de uma emanação da ira de Durga e após matar os demônios Chanda e Munda foi chamada de Chamunda por Durga, em outros Puranas constam outras passatempos acerca sua criação, como é muito ligada a kalai as vezes Kali também é chamada de Chamunda e até mesmo Durga recebe esta denominação (de fato são diferentes manifestações da mesma energia Shakti), mas geralmente Chamunda e representada nas artes como uma mulher de corpo amaciado com quatro a doze braços carregando varias armas entre elas o trishula (tridente), kapala (parte superior do crânio), espada, damaru (um tambor) entre outras, usa o peito desnudo um colar de cabeças ou crânios e geralmente mostrada sentada ou agachada sobre um cadáver (bem simpática né), em outros textos como o Vishnudharmottara Purana ( um texto de grane importância nas artes de iconografia) ela é considerada a manifestação da depravação (não que ela seja depravada da mesma forma que Shiva controla a Tama Guna “ignorância” mas não é atingido por ela) e guardiã do sudoeste.
Poucos templos são dedicados a Chamunda no subcontinente alguns no Rajasthan e no sul onde um dos mais importantes é o Chamundeswari em Mysore onde Chamunda é a deidade da família real de Bangalore, ela também tem muitos adoradores no Nepal uma região tradicionalmente tântrica.
Uma historia interessante e de uma deidade de Chamunda hoje na cidade Osian no Rajasthan que é adorada por jainistas, que sendo estritos vegetarianos não podiam oferecer sacrifícios a ela assim ela se manifestou dizendo que eles poderiam fazer oferendas vegetarianas e sem álcool à deusa.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Foto do dia. Krishna vestido pra o inverno.


O inverno chegou no hemisfério sul, aqui em São Paulo - Brasil o tempo vai se alternando entre dias frios e quentes (como é bom morar nos trópicos) e esta foto linda mostra uma deidade de Krisnha como bebe com roupinha de lã propria para a época.

Simbolos do dharma: Kalasha






Kalasha, Purna-kalasha, Purna-kumbha, Purna-ghata, são alguns dos nomes pelo qual se conhece um dos principais símbolos védicos: o pote de néctar.
É um pote de barro ou metal com 5, 7 ou onze folhas de manga dispostas sobre a abertura e fechado por um coco, às vezes o coco pode ser envolvido em tecido ou o pote pode ser enrolado com fios de algodão ou seda.
Na tradição védica o kalasha representa abundancia e também o universo como descrito nos Vedas, o kalasha e sempre uma referencia ao kalasha de amrta ou néctar por isso representa abundancia, auspiciosidade, conhecimento e imortalidade.
Nas cerimônias védicas e nos pujas os kalashas podem representar uma divindade especifica que são instaladas com certos rituais para serem representadas pelo pote sagrado, geralmente nestas cerimônias o pote além de água é cheio com artigos auspiciosos como ouro, prata, pedras preciosas, arroz, especiarias entre outros. As folhas de manga representam o prazer da fertilidade (ligado a Kama o deus do prazer) e também associado ao útero e ao universo que como o pote na visão védica também e cheio de água até a metade onde se deita o Senhor Vishnu para fazer manifestar o mundo a partir de elementos representados pelos outros artigos depositados junto com a água.
Como representação do útero e do universo o kalasha é muito usado para representar Devi em rituais quer como Lakshimi quando geralmente e amarado um rosto da deusa em prata ou bronze ao pote ou como Durga quando o pote é adorado no Durga puja.
Na consagração de um templo ou de uma imagem divina a deidade é primeiro instalado na água do kalasha, que é depois usada para banhar o objeto sagrado fazendo com que o “espírito” da divindade passe para a escultura que esta sendo banhada (esta cerimônia se chama prana-pratistha ou instalação do ar vital) e no topo do templo também é instalado um kalasha que deve ser renovado a cada 12 anos para manter a energia sagrada do templo.
Uma observação que acho interessante no candomblé (também uma religião antiga e tradicional) os orixás (deuses yorubás) também são instalados em potes e adorados e sobre o terreiro (templo do candomblé) também são instalados potes sobre o telhado na parte mais alta como ligação entre o os planos materiais e espirituais.