quarta-feira, 25 de agosto de 2010

De onde vem o mantra Hare Krishna?












Os gaudiyas vaishnavas (meu caso) são bem conhecido pelo canto de um mantra ou maha(grande) mantra, o mantra Hare Krishna, tanto que é desta forma que somos conhecidos no ocidente como hare krishnas (eu particularmente não sou muito fã da denominação but…) está tradição foi disseminada a pouco mais de 500 anos na Bengala e Orissa (ambos no leste da Índia) por Sri Chaitanya Mahaprabhu, uma encarnação de Krishna que apareceu sobre a forma de um devoto vaishnava (ou seja devoto dele próprio ) mas como o Senhor sempre age de forma a deixar claro a verdade contidas nas escrituras védicas Ele não tiraria do nada o Maha-mantra.

O mantar Hare Krishna aparece em várias escrituras mais a principal delas é o Kali-santarana Upanishad, um dos principais 108 Upanishads védicos, que em geral são textos pequenos (como o exemplo do Kali-Santarana) são geralmente conversas entre guru e discípulo (dai o nome Upanishad que significa “sentar junto”) como no caso abaixo em que Narada Muni pergunta a Brahma, seu pai e guru, sobre um processo para auto-realização de liberação do ciclo de nascimentos e mortes na era atual (Kali Yuga).

Nos cantar de mantras as coisas que são sempre levadas em conta são:

-conhecimento do sábio que revelou o mantra e devata (deidade) ao qual o mantra se dirige.

-o mantra semente (bija).

-o kikalam ou a parte do mantra (silaba ou letra) que funciona como uma obstrução para o poder do mantra fluir livremente.

- a shakti (poder) do mantra e seu objetivo.

- o número exato em que ele deve ser repetido.

- as condições de pureza, etc. em que a pratica deve ser feita.

- as qualificações para que o discípulo/receptáculo do mantra necessita.

- processos para a iniciação no mantra.

No caso do Maha-mantra não são necessárias as regras acima, qualquer um independente de qualquer coisa pode cantar o mantra.

Então aproveitem das facilidades da promoção para fechamento de universo e cantem o Maha-mantra, abaixo uma tradução do Kali- Santarana Uapanishad, ta dificil colocar a transliteração então passei mais ou menos como se pronuncia os mantras, desculpem os sanscritistas, haaaaaaaaa kali aqui descrita é a era de kali nada a ver coma deusa Kali.























dvaparante narada brahmanam
jagama katham bhagavan gam
paryatana kalim santareyam iti
sa hovaca brahma sadhu prishto’smi
sarva shruti rahasyam gopyam
tac chrinu yena kali samsaram tarishyasi
bhagavata adi purushasya narayanasya namoccharana
matrena nirdhta kalir bhavati

No final do [Dvapara Yuga] Narada foi a Brahma e se dirigiu a ele assim: "Ó Senhor, como poderei, vagando sobre a terra ser capaz de superar os efeitos da Kali Yuga?" Brahma respondeu: "Você fez uma questão mais relevante para o beneficio da humanidade. Ouça o que todos os Vedas guardam sobre estrito segredo, um método através do qual se pode cruzar o oceano da existência material (samsara) durante a Kali Yuga. É através da simples recitação dos nomes da Suprema Personalidade de Deus - Senhor Narayana, que alguém transcende os efeitos maléficos da Kali Yuga. 1.

naarada punah papraccha tan naama kim iti
sa hovaaca hiranyagarbah
hare krishna hare krishna,
krishna krishna hare hare.
hare rama hare rama,
rama rama hare hare
iti shodashakam namnam, kali-kalmasha-nashanam;
naatah parataropayah, sarva-vedeshu drishyate
iti shodasha kalaa vrtasya jivasya avarana vinaashanam;
tatah prakaashate param brahma medhapaye
ravi rashmi mandali veti


Narada perguntou novamente: "Quais são esses nomes?" Brahma (Hiranyagarbha) respondeu;
Hare Krishna, Hare Krishna, Krishna Krishna Hare Hare
Hare Rama Hare Rama, Rama Rama Hare Hare
Estes dezesseis nomes destroem os efeitos negativos da Kali Yuga.
Não existe melhor alternativa que esta contida em todos os Vedas.Estes dezesseis nomes destroem as 16 coberturas ilusórias (kala), no qual a alma (jiva) está envolta.
Então, como o Sol que brilha com toda intensidade quando as nuvens se dispersam, a Suprema Personalidade de Deus irradia no coração das entidades vivas. "2

punar narada prapaccha bhagavan kasya vidhi-riti
tam hovaca nasya vidhi-riti
sarvada shuci-ashucira va pathan
brahmanah salokatam samipatam
sarupatam sayujyam eti
yadaasya shodashakasya sardha trikotir japati tada.
brahma hatyam tarati
tarati vira hatyam.
svarna steyat puto bhavati.
vrisali gamanat puto bhavati
sarva dharma parityaga papat sadyah sucitamapnuyat.
sadyo mucyate sadyo mucyate ity upanishad


Narada perguntou novamente: "Ó Senhor, quais são os regulamentos (vidhi) que devem ser observados no cantar dos santos nomes?

Brahma respondeu: “Não há regulamentos, quem canta em estado puro ou impuro esses santos nomes sempre, alcança o mesmo mundo (Salokya), a proximidade (Samipya), a mesma forma (Sarupya) ou de absorção em Brahman (sayujya),quem canta este mantra de dezesseis nomes 35.000.000 vezes é absolvido do pecado de assassinar um brahmana ou um kshatria, absolvido do pecado do roubo de ouro.

Ele torna-se purificado de má conduta mesmo que tenha abandonado todas as praticas virtuosas sendo absolvido de todos os pecados e torna-se imediatamente libertado”. Este é o Kali-santarana Upanishad. 3.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Sriramanavami -2009 - Darshana da festa do nascimento de Rama em Bhadrachalam.

Bhadrachalam Temple - Video sobre o templo.

Janakpur a cidade de Sita Devi.

Deidades do templo de Janakpur e vistas do templo.
















Muito se fala sobre a terra onde nasceu Rama, Ayodhya hoje muito falada principalmente após os conflitos com muçulmanos nos anos 90, mais pouco é dito sobre o lugar onde nasceu Sita Devi a cidade de Janakpur no atual Nepal.

Janakpur ou Janakdham é uma cidade sagrada que se situa no sul do Nepal junto à fronteira com a Índia, hoje é pequena com cerca de 80.000habitantes mas no passado foi a capital do reino de Mithila, que até hoje mantém uma cultura e língua própria, jáe citado no Shatapatha Brahmana milênios antes da era cristã onde era colhecida como Mithilanchal capital do reino de Videha, quando o brahmana Gotama Rahugana levou o rei Mathaga Videgha para fundar o citado reino isto na antiguíssima época védica.

Mas de longe a mais importante citação nas escrituras da cidade e tida no Ramayana onde reinava o rei Janaka , pai de Sita Devi a princesa de Videha e esposa de Sri Ramachandra, o rei após pedir ao Senhor um filho estava fazendo o ritual para o começo dos plantios e quando ele passou com o arado sobre o campo achou Sita como um lindo bebe e a crio como sua filha, Sita é filha da Deusa da Terra e esposa de Vishnu Bhumi e também é incarnação de Sri Lakshmi a Deusa da fortuna e esposa do Senhor.

Quando cresceu o rei anunciou que pretendia casar sua filha com algum príncipe que conseguisse encordar um arco que pertencia ao Senhor Shiva, um feito sobre-humano.

Antes disso o então príncipe de Ayodhya , Sri Rama, estava com Seu irmão Lakshmana e Seu guru Visvamitra colhendo flores para o puja matinal e ao entrar nos jardins reais deparou-se com a belíssima princesa Sita e caiu de amores por Ela.

Indo perante o rei e demais príncipes que desejavam a mão da bela princesa Rama não só conseguiu levantar o imenso arco como o quebrou quando tentava encorda-lo, assim a mão da bela princesa lhe foi dada em casamento e houve uma imensa festa e tudo isso aconteceu onde é hoje Janakpur.

Janakpur é um local sagrado de peregrinação e hoje a ciade é dominada pelo Janak Mandir um templo dedicado à Sita e Rama , o templo atual data de 1898 após a reconstrução sobre as ruínas do anterior destruído pelos muçulmanos (para variar) pela rainha Brisabhanu Kunwar do então reino de Tikamgarh hoje na região de Madhya Pradesh na Índia central. A cidade conta com o mais antigo Ram Mandir feito por um general nepales, a cidade tem ainda mais de 200 lagos e tanques sagrados onde peregrinos se banham cujo dois mais importante ficam próximos ao Vivaha Mandapa o local onde foi feito o casamento de Sita e Rama e onde esta festa é comemorada anualmente com uma grande multidão, outra festa importante da cidade é o nascimento de Rama e logicamente o de Sita, outro acontecimento importante é o Chatt Puja em honra a Surya o deus do Sol.


Fotos do Vivaha Mandapa e festival de Chat em Kunda da cidade.