segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Sri Vamana Avatara.

























Hoje (31/08/2009) comemora-se o aparecimento do Supremo senhor Vishnu como Vamanadeva a encarnação do Senhor como um brahmana anão, na lista dos dasavataras ou dez avataras é o quinto na ordem e o primeiro com uma forma humana..
Nos Puranas a historia é narrada da seguinte forma:
Existia na antiguidade um rei que apesar de ser um daitya (descendente de Diti, ou seja, de família demoníaca) não era mal mais tinha um defeito era muito ambicioso demais, este rei de nome Bali era neto do grande devoto Prahlada Maharaja.
Bali era tão poderoso como guerreiro que acabou com conquistar todo o universo fazendo com que Indra o rei dos devas fosse destituído do seu cargo de rei do universo.
A mãe de Indra, Aditi aproximou-se de seu esposo o grande sábio Kashyapa e questionou sobre uma forma de restabelecer seu filho no seu trono celestial, Kashyapa então disse para que ela adorasse ao Senhor Vishnu para eu Ele resolvesse a questão da forma mais correta possível.
Aditi segundo os ensinamentos do esposo observou o voto de prayo vatra em que se adora o Senhor de forma opulenta por 21 dias seguidos, após o termino do voto o Senhor apareceu perante Aditi e lhe deu uma benção ela então pediu para que o Senhor tornasse seu filho e restabelecesse Indra no seu lugar de origem. O Senhor Vishnu concordou e apareceu como Vamana deva o Brahmana anão e irmão caçula de Indra.
Desta forma foi até o palácio onde estava Bali Maharaja fazendo o sagrado aswamedha ou sacrifício de cavalo (ver post sobre aswamedha yajna),e este como é esperado de um rei ofereceu as devidas honras ao brahmana que adentrava a corte, vendo o pequeno e aparentemente inofensivo brahmana o rei ofereceu qualquer coisa que o brahmana desejasse, o Senhor Vamanadeva então honrou as palavras de Sukracarya e disse que queria apenas três passos de terra, o que pareceu pouco a Bali Maharaja.
Ao ouvir isso Sukracarya , o guru dos daityas ou demônios, percebendo que o pequeno brahmana não era outro senão o próprio Senhor Vishnu advertiu Bali dizendo que Vishnu tomaria todas suas posses e que havia aceitado Kashyapa e Aditi como parentes afim de cumprir com o desejo dos deuses.
Sukracarya continuou dizendo que Vishnu com um só passo cobriria toda a terra com o segundo todo o céu e não haveria lugar para dar o terceiro passo fazendo com que Bali Maharaja não cumprisse sua promessa de dar três passos à Vamandeva e assim não teria nem como manter a si próprio.
Após ouvir seu guru Bali Maharaja disse-lhe que já havia dado sua palavra e não poderia voltar atrás, e se Vamana fosse o próprio Vishnu, Este havia aparecido perante ele e mendigado por três passos de terra como ele (Bali) podia negar-lhe, pois, se fosse sua vontade Ele conquistaria o universo de volta nem se fosse em uma batalha e por ser Deus ninguém poderia vencer-lhe e mesmo assim o Senhor veio e lhe pediu pessoalmente, pois a única forma de alguém ter o que pertence a outrem por direito é recebendo como presente.
Isto deixou o Senhor Vishnu satisfeito, mas não Sukracarya que amaldiçoou Bali por não ter seguido as ordens do mestre espiritual.Mesmo assim Bali Maharaja doou a quantia de terra pedido por Vamanadeva.
A esposa de Bali Maharaja, de nome Vindhyavali, trouxe um pote de água e o entregou a seu marido que então banhou os pés do Senhor Vamana, neste momento todos os seres celestiais entraram em júbilo.
O senhor então cresceu e seu corpo tornou-se gigantesco manifestando uma forma universal com inúmeros braços, ornado de jóias celestiais e roupas magníficas cercado pelos Seus associados pessoais e pelos deuses universais que Lhes ofereciam orações, o Senhor então firmando Seu pé de lótus no sistema planetário mais baixo deu o primeiro passo que cobriu toda a terra como segundo cobriu toda a esfera celestial até Brahmaloka o planeta de Brahmaji que ao ver o pé de lótus do Senhor o adorou.
O senhor então mandou que Varuna prendesse Bali Maharaja e este foi atado pelas serpentes-corda de Varuna, o Senhor então dirigiu-se a Bali e disse que este não havia cumprido seu voto pois com apenas dois passos o Senhora já tinha abarcado a totalidade do Universo e por este motivo Bali estava condenado a uma condição infernal de vida
Bali Maharaja então tomado por tão poderosa visão de poder foi tomado por devoção ao Senhor e para cumprir seu voto ofereceu a própria cabeça para receber o terceiro passo.
Assim bali rendeu-se completamente ao Senhor que ficou muito satisfeito, liberando Bali Maharaja , o Senhor pediu então que Sukracarya retirasse a maldição de seu discípulo, Sukracarya então respondeu que uma vez tendo satisfeito o Senhor Vishnu alguém se tornava livre de todas as imperfeições e faltas e por isso não poderia ser receptáculo de uma maldição, livrando o discípulo da maldição.
Então o Senhor devolveu aos devas e a Indra seus respectivos postos e restabeleceu a ordem no Universo e Bali Maharaja que sempre foi um bom rei para seus súditos recebeu a permissão de visitá-los uma vez ao ano no Festival de Onam em Kerala onde era sua capital.
O Senhor Vamana tem hoje poucos templos dedicados somente ao seu culto mais tem vários altares dedicados a Ele em vários templos vaishnavas, em atividade existem templos dedicados a Vamana em Kanchipuram próximo ao templo de Kamakshi o famoso Sri Ulagalandar Perumal Koil em Tamil Nadu e no estado de Kerala o Thrikkakara Vamanamoorthi Koil na vila de Thrikkakara. Nas fotos relevo de Vamana em Mahabalipuram, Tamil Nadu; Vamana com Seus pais Kashyapat e aditi; Krishna como Vamana ISKCON Bangalore; Sri Vamana Ulagalandra de Tamil Nadu; Vamana em Seu templo Krajuharo; Templo de Vamana em Thrikkakara em Kerala e pintura de vamana do Nepal.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Srimati Radharani Ki Jay !!!













Hoje se comemora o nascimento neste planeta da filha de marahaj Vrsabhanu e Kalavti mata, a Suprema Deusa Srimati Radharani , rainha de Vrindavana e Senhora do coração de Sri Krishna e também Sua Shakti, que apareceu na vila de Varsana próximo a Mathura..
No Brihad-Gautamiya Tantra, Radharani é descrita como se segue: "a Deusa transcendental Srimati Radharani é o duplo direto do Senhor Sri Krishna. Ela é a figura central de todas as Deusas da fortuna. Ela possui toda a atratividade para atrair a Personalidade todo atraente da Divindade. Ela é a potência interna primeva do Senhor."
Sem a misericórdia de Radharanai é impossível chegar até Krishna!!!

Por curiosidade o primeiro acarya (mestre espiritual) que instituiu o culto a Radha foi Nimbakacarya, que entre outras coisas é considerado a encarnação do brinco de nariz de Radharani, nascido em 3096 A.C.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

O número 108



Este é o post de número 108 então já que este número é sagrado na tradição védica vou tentar dar alguns motivos do porque.
Os povos da Índia sempre foram e continuam sendo excelentes matemáticos, e o número 108 e o resultado de 1 elevado a 1 x 2 elevado a 2 x 3 elevado a 3 = 108 o que tem muito significado numérico.
O alfabeto sânscrito tem 54 caracteres que podem ser feminino e masculino shakti e shaktiman então multiplica-se por 2 o que dá 108.
No Sri Yantra há marmas onde três linhas se cruzam, e há 54 tais intersecções. Cada uma das intersecções tem masculino e feminino, Shiva e Shakti. 54 x 2 igualam 108. Assim, há 108 pontos que definem o Sri Yantra bem como o corpo humano.
Os chakras são as intersecções de linhas de energia, do chakra cardíaco partem um total de 108 linhas. Um deles, o sushumna leva ao chakra de coroa no topo da cabeça, e é dito ser o caminho à Auto-realização.
Sobre o tempo alguns dizem que há 108 sensações, com 36 relacionadas ao passado, 36 relacionado ao presente, e 36 relacionado ao futuro.
Na astrologia há 12 constelações, e 9 segmentos de arco chamaram namshas ou chandrakalas. 9 vezes 12 igualam 108. O Chandra é a lua, e kalas são as divisões dentro de um total. Planetas e Casas na astrologia, há 12 casas e 9 planetas. 12 vezes 9 igualam 108.
Na lila de Krishna são 108 as principais gopis. 1, 0, e 8, 1 significa o Deus ou a mais alta Verdade, 0 significa a vacuidade ou a perfeição na prática espiritual, e 8 significa a infinidade ou a eternidade.
O diâmetro do Sol é 108 o diâmetro da Terra.
Escala numérica, 1 de 108, e 8 de 108, quando acrescentado em conjunto iguala 9, que é o número da escala numérica, isto é 1, 2, 3... 10, etc., onde 0 não é um número.
Existem 108 posições de dança ou karanas tanto na dança de Shiva quanto nas danças clássicas na Índia.
Somando 1,0,8 dá nove que é o limite de todos os números, isto é: 0 a 9 e a partir deles (0à 9) pode-se compor um montante infinito de números.
Vai abaixo uma lista de 108 Upanishads segundo o Muktikopanishad. Arranjamo-los em quatro categorias segundo o determinado Veda ao qual cada um deles pertence.
Rigveda(10): Aitareya , Atmabodha, Kaushitaki, Mudgala, Nirvana, Nadabindu, Akshamaya, Tripura, Bahvruka, Saubhagyalakshmi.
Yajurveda(50): Katha, Taittiriya , Isavasya , Brihadaranyaka, Akshi, Ekakshara, Garbha, Prnagnihotra, Svetasvatara, Sariraka, Sukarahasya, Skanda, Sarvasara, Adhyatma, Niralamba, Paingala, Mantrika, Muktika, Subala, Avadhuta, Katharudra, Brahma, Jabala, Turiyatita, Paramahamsa, Bhikshuka, Yajnavalkya, Satyayani, Amrtanada, Amrtabindu, Kshurika, Tejobindu, Dhyanabindu, Brahmavidya, YogakundalinI, Yogatattva, Yogasikha, Varaha, Advayataraka, Trisikhibrahmana, mandalabrahmana, Hamsa, Kalisantaraaa, Narayana, Tarasara, Kalagnirudra, Dakshinamurti, Pancabrahma, Rudrahrdaya, SarasvatIrahasya.
SamaVeda(16): Kena, Chandogya, Mahat, Maitrayani, Vajrasuci, Savitri, Aruneya, Kundika, Maitreyi, Samnyasa, Jabaladarsana, Yogacudaman, Avyakta, Vasudevai, Jabali, Rudrakshajabala.
Atharvaveda(32): Prasna , Mandukya, Mundaka, Atma, Surya, Narada-Parivrajakas, Parabrahma, Paramahamsa-Parivrajakas, Pasupatha-Brahma, Mahavakya, Sandilya, Krishna, Garuda, Gopalatapani, Tripadavibhuti-mahnarayana, Dattatreya, Kaivalya, NrsimhatapanI, Ramatapani, Ramarahasya, HayagrIva, Atharvasikha, Atharvasira, Ganapati, Brhajjabala, Bhasmajabala, Sarabha, Annapurna, TripuratapanI, Devi, Bhavana, Sita.
Alem disso 108 são o numero de locais sagrados a Vishnu (divyadesam), 108 geralmente é o número de nomes que possui a maioria das deidades védicas, 108 são as nascentes do Kaligandaki de onde vêem as Salagramas Silas (manifestações do Senhor como pedra), 108 são as linhagens dos kshatrias que descendem do Sol e da Lua, O ângulo formado por duas linhas adjacentes em um pentágono iguala 108 graus.
O sagrado rio Ganga (Ganges) mede por palmos uma longitude de 12 graus (79 para 91), e uma latitude de 9 graus (22 para 31). 12 vezes 9 igualam 108.
Na astrologia, diz-se que a prata represente a lua. O peso atômico de prata é 108.
CHEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA.
Continuem cantando sua japa e deixem para lá tantas contas, já estou ficando maluco aqui.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

O altar doméstico.

Oferendas para meu altar, Sri Dolay (Krishna), visão geral do altar, Sri Pashupati (Shiva Linga), Srimati Durga Devi.






























Na tradição védica o templo geralmente não é visto como um local de congregação de fies e sim como a casa da divindade, as pessoas não precisam necessariamente ir sempre ao templo e também nem todos os festivais são observados nos templos importantes festivais são realizados em âmbito familiar e como o relacionamento com o divino deve ser um exercício diário é fundamental para o lar e famílias hindus um local de adoração, um altar domestico (comum a todas as civilizações antigas) em que a família se reúne diariamente em devoção as divindades que regem a família.
Na tradição védica geralmente mais de uma deidade é adorada nestes altares domésticos e são geralmente divididas em três grupos:
- Gramadevata- é uma deidade geralmente feminina que protege a região geográfica onde mora a família ou o clã, por este motivo ela deve receber adoração. Ex; vrinda Devi em Vrindavana, Paudra Maya em Maypur, Mumba Devi em Mumbai, etc. (Athena em Atenas, Roma em Roma, etc.).
-Kuladevata – a deidade da família que é adorada por inúmeras gerações e é como a cola que mantém juntos os laços familiares, algumas famílias são ligadas a templos que elas constroem para a deidade da família, e os membros independente de onde morem fazem visitas regulares ao local onde se encontra a divindade da família, as vezes quando estes membros vão morar em locais distantes ou outros paises eles levam um pote de água (kumbha) investido com o poder (shakti) da deidade familiar para ser adorado em suas próprias residências onde pode continuar a ser adorado nesta forma ou instalado em uma imagem nova da mesma deidade como sua representante, esta identificação é tão grande na Índia se mesmo que alguém nasça em Delhi por exemplo ao ser perguntada qual seu lugar de origem ela citará o local onde está a deidade da família como local de nascimento.
-Ishtadevata- o ishtadevata é o mais importante destas divisões, é a deidade escolhida individualmente por cada membro da família , muitas vezes o ishtadevata e o kuladevata são os mesmos pois a pessoa já está acostumada com sua adoração e já é ligada em devoção a deidade. A escolha da deidade é individual e muitíssimo respeitada, por exemplo ao casar uma nova esposa deve adorar a deidade da família do marido mais traz consigo sua deidade de devoção pessoal e esta também se juntará ao altar da família.
No altar doméstico o Kuladevata tem proeminência e geralmente recebe o local mais importante no altar e as outras deidades são colocadas ao seu redor.
Todas as residências hindus tem seu altar conhecidos hoje como sala de Puja, que pode ser desde alguns pôsteres em uma parede na cozinha até cômodos separados para este fim( nos edifícios e residências novas eles já vem na planta) e famílias ricas ou aristocráticas podem ter até templos particulares.
Não importa que seja uma foto de calendário de uma mercearia ou uma imagem em bronze feita por um artista clássico a devoção é a mesma, acorda-se cedo é feito oferenda de alimentos, incensos, fogo, flores, etc.
O altar residencial geralmente é cuidado pela matriarca da família, mas todos na casa ajudam neste empreendimento, geralmente é um local onde poucas pessoas têm acesso geralmente só os membros da família, pois, ali reside o verdadeiro (ou verdadeira) dono(na) da casa e também a fonte do poder e felicidade da família.
Ter um altar em casa e cuidar bem dele é de uma enorme serventia pra se elevar espiritualmente, aumenta nosso contato com o divino e não nos deixa esquecer de Deus, pois ele será um hospede perene em nossa casa e encherá nossa casa e nossa vida de felicidade.
No meu altar estão como deidade principal Sri Navaneethana Krishna (Krishna que dança com a manteiga) que eu chamo de Dolay (um apelido de Krishna), Sri Pashupati (senhor Shiva como Senhor dos Animais), Sri Vishnu Durgai (Srimati Durga devi como Yogamaia, energia externa de Vishnu) alem de Ganeshaji, Garuda, Nandi e as fotos de meu Guru (Sri Jayapataka Swami) e Srila Prabhupada. Fotos do meu altar acima além de fotos de altares de outras residências na Índia abaixo.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Sobre o Dharma.







Dharma é o termo básico para o entendimento da cultura védica, é também é um termo difícil de explicar por ter muitos significados como “dever”, “virtude”, “ética”, “lei” e até pode ser entendido como religião, apesar de não haver o termo em si em nenhuma língua indiana ou de pais Hindu (como os antigos Camboja, Bali ou Java).
Além disso, o dharma sofre divisões, existe o dharma pessoal, e o social como um dever de casta, por exemplo, o cumprimento do dharma correto leva a pessoa à liberação, pois, cumprindo o seu dharma de acordo com sua natureza a pessoa eleva-se espiritualmente em direção a moksha (liberação).
Sabendo a posição que pessoa está situada ela terá um dharma a cumprir referente a ações, alimentação, deveres sociais, etc. O dharma sendo uma espécie de “lei” deve ser cumprido de forma consciente, se por acaso uma pessoa não cumpre o seu dharma é sinal que está fazendo a coisa errada “adharma”, e então ela não colherá os frutos esperados, o que será gerenciado pelo karma ou “trabalho, ação”, a pessoa colherá os frutos do seu trabalho, se for uma pessoa virtuosa que age de acordo com seu dharma ela se elevará espiritualmente, caso contrario se degradará e não será feliz nesta ou em outra vida.
Sabendo da variedade de dharmas referente às diferentes classes de pessoas e posições sociais e espirituais (varna e ashrama) os sábios antigos criaram os dharmashastras ou os códigos do Dharma para guiarem as pessoas no caminho correto.
Sendo o dharma um processo natural é esperado que as pessoas sigam seus passos virtuosamente e prosperem, pois, se alguém protege o dharma agindo conforme sua natureza será protegido pelo dharma ao passo se alguém contrariar sua natureza (ou seja não cumprir seu dharma) será punida pelas leis do karma. “Proteja o dharma e será protegido, tente destruí-lo e será destruído”.
Dharma também e personificado por uma deidade Dharmaraja ou Yamaraja o senhor do dharma e da morte, é representado as vezes sobre a forma de um touro cujas quatro patas representam os quatro pilares do dharma: limpeza, veracidade, misericórdia e austeridade.
Durante as quatro eras que dura a criação as pessoas vão perdendo estas virtudes e hoje só sobra a veracidade (estamos na quarta e ultima era a kaliyuga , não confunda com a deusa Kali please).
O texto abaixo vem de um Upanishad (que significa “sentar junto” ao mestre) é muito conhecido na Índia e era dito ao discilupo ao deixar a escola do mestre (gurukula), e hoje ainda e dito nas graduações de universidades na Índia. Nele diz sobre a importância no respeito as demais pessoas, ao respeito e observância do dharma, e a riqueza não é rejeitada nem desprezada e pede-se que haja com generosidade que deve ser feita sem arrogância ou egoismo.

Fala a verdade.
Segue o caminho da virtude.
Não negligencie a recitação de teu Veda (conhecimento).
Depois de trazer a riqueza cara a teu mestre, não corte teus laços.
Não negligencies a verdade.
Não negligencies o dharma.
Não negligencies o bem estar de teu corpo.
Não negligencies a fortuna e a riqueza.
Não negligencies o estudo e o ensinamento dos textos sagrados.
Não negligencies os rituais para honrar os deuses e ancestrais.
Considera tua mãe como um deus.
Considera teu pai como um deus.
Considera teu mestre como um deus.
Considera teus hóspedes como deuses.
Pratica aquelas ações que não mereçam censura, e não outras.
Tem em consideração apenas o bem que viste em nós, não outras práticas.
Dá com fé; não dês sem fé.
Dá com abundância, dá com modéstia, dá com temor, dá com pleno conhecimento e compaixão.

Taittiriya Upanishad 1.11.1-3

Namaskar

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

FELIZ JANMASTHAMI !!!



Hoje é comemorado em com grande alegria o Sri Krishna Janmasthami ou o aparecimento de Sri Krishna uma das datas mais importantes entre os seguidores da cultura védica.
Krishna apareceu como a lua cheia em uma noite sem lua ( Ele já iluminaria o Universo inteiro para que lua então? ) na sagrada cidade de Mathura como filho de Devaki e Vasudeva, de acordo com cálculos astrológicos Krishna nasceu no que seria o dia 21 de Julho de 3228 A.C. ou seja a exatos 5.237 anos atrás.
Hoje por todo o mundo principalmente na região de Mathura e Vrindavana , Sri Krishna será adorado e lembrado por milhares de pessoas em grandes festas em Sua honra.
FELIZ JANMASTHAMI PARA TODOS!!!

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Algumas de minhas tattoos.




Antigamente entre os vaishnavas, principalmente a Sri sampradaya, era comum no momento da iniciação apele do bhakta ser carcada com os simbólos de Vishnu nos braços à ferro quente , isso mesmo branding!!! Os simbolos em metal eram aquecidos no fogo de um yagna (fogo sagrado usado em sacrifícios) e depois aplicados na pele do devoto na mesma cerimônia em que recebia o mantra e o nome do Guru.
O branding era chamado de taapa e era parte de um processo de cinco etapas, taapa (branding), pundra (a tilaka), nama (nome espiritual), mantra( o mantra gaytatri) e yoga (modo de meditação e adoração do Senhor).
Acredita-se que este processo purifica o corpo do devoto.
Em honra a está tradição que está se perdendo fiz os símbolos de Sri Vishnu tatuados no meu braço para assim me ajudar a lembrar sempre dele, para alguns pode parecer incossistente ou até absurto como na famosos frase " o abto não faz o monge " concordo mais ajuda a identifica-lo com o grupo que faz parte e a lembra-lo dos deveres específicos à sua posição neste mesmo grupo, assim da mesmo forma que o Yajnopavitram (cordão sagrado usado pelas 3 varnas superiores dos seguidores dos Vedas) cuja tradução poderia ser dita como "aquilo que lembra ou cerca"
E para os que gostam de frases aqui vai uma que acredito muito "Minha aparência física reflete minha personalidade; meu corpo é a expressão direta da minha opinião espiritual. O corpo é um templo, e todo templo deve ser DECORADO."

namaskar

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Sri Balarama बलराम




Hoje 05/08/2009 é comemorado entre os vaishnavas o aparecimento da Suprema Personalidade de Deus Sri Balarama बलराम “Rama o forte” conhecido também como Baladeva, Balabhadra, Haladhara, Halayudha e Dhouji entre outros tantos nomes.
Balarama é a primeira espanção de Krishna, da mesma forma que Sankarshana é a primeira de Vishnu, apareceu como irmão mais velho de Krishna e como filho de Rohini na Krishna lila.
Diferente de Krishna que tem a tez escura Balarama é branco e gosta de se vestir com roupas azuladas e durante a juventude e adolescência carregava um arado.
Podemos dizer que Balarama é o guru original, pois a partir dele se manifestam as formas de Vishnu, os avataras e o toda a criação tanto material quanto espiritual, pois Balarama é a potencia de criação de Krishna.
Balarama como Krishna é filho de Vasudeva e Devaki, mais pelo Seu poder antes do seu nascimento ele se transferil para o ventre de Rohini, outra esposa de Vasudeva que estava na casa de Nanda Maharaja enquanto seu esposo e Devaki estavam presos em Mathura por Kamsa.
Nascido antes de Krishna e por isso chamado de Dhauji em Vrindavana que significa irmão mais velho.
Passou a infância e juventude junto a Krishna em Vrindavana e, após saírem de lá por volta dos 16 anos, venceram Kamsa em Mathura e foram a Ujjain para estudar com Sandipani Muni, Seu guru, e após concluir os estudos se casou com Revati filha de Marahaja Kakudmi rei de onde é hoje o estado de Gujarat no oeste da Índia, Revati também e a Deusa do rio Yamuna.
Após seu casamento foi morar junto com Krishna em Dwaraka, onde ensinou seus primos Bhima e Duryodhana à arte de lutar com a maça, quando adveio a batalha de Kurukshetra, Balarama por ser parente e amigo de ambos os lados permaneceu neutro não participando da guerra e fazendo peregrinações pelos locais sagrados durante o período desta.
Após encerrar Seus passatempos no planeta junto a Krishna, Balarama decidiu deixar este mundo e como é uma manifestação de Ananta Sesha ( a serpente em que Vishnu se reclina) Ele abriu sua boca de onde Ananta Sesha se manifestou e então sobre o dorso da gigantesca serpente ele voltou ao mundo espiritual, no local a cerca de 1 km do famoso templo de Somanath (ver post sobre Somanatha) no Gujarat, é marcado hoje por uma caverna, próximo dali Krishna também deixou este mundo.
Existem hoje poucos templos dedicados somente a Balarama a maioria está na região de Mathura e outro próximo a Guruvayur, um importante templo de Krishna no Kerala.
Vestígios arqueológicos da região de Mathura mostram vários remanescentes de deidades e templo dedicados a Balarama (abaixo imagem de Balarama de mathura e moeda com Balarama da época Gupta séc. IV).

SRI BALARAMA KI JAY

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Foto do dia. Leão de Devi.


Desde as mais antigas culturas conhecidas como na Mesopotamia e crescente fertil, além de achados arqueológicos na Europa, os grandes felinos como leões e tigres são considerados como veículos da Deusa.

Na religião védica, que dura na Índia desde a mais alta antiguidade, ainda continua assim.

Durga é associada ao leão e ao tigre, na foto o leão de Durga sobre seus pés em uma imagem da Deusa em rua na cidade de Patan no Nepal.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Sri Bhudanilkantha Narayana.

























O Senhor Vishnu tem inúmeras deidades famosas algumas muito conhecidas outra nem tanto, no Nepal a mais famosa das deidades é Sri Bhudanilkantha uma deidade auto-manifesta do Senhor como Narayana “Aquele que se deita sobre as águas”.
No sopé das montanhas de Shivapuri sete quilometros ao norte de Kathmandu em uma vila batizada também de Bhudanilkantha em honra a deidade, esta localizado esta deidade de 5 metros de comprimento deitadas sobre Ananta- Sesha em um pequeno tanque preenchido por uma nascente local.
O templo é considerado um dos principais templos Vaishnavas do país e a deidade é também umas das mais lindas e imponentes em todo o mundo, o templo em si é muito simples e a deidade fica ao ar livre coberta com um dossel de tecido colorido e cuidada por brahmanas crianças que a banham e fazem oferendas diárias, o povo em geral pode encostar em Seus pés de lótus e fazer-Lhe oferendas de sindhur (vermelhão), arroz, frutas, leite e flores.
Diz uma historia local que os antigos reis do Nepal( que é uma republica desde maio de 2008) não poderiam jamais ter o Darshana (ver a deidade) pois se o fizessem morreriam imediatamente.
A deidade ficou durante séculos perdida enterrada no local e esquecida até um antigo Rei ter um sonho com a mesma pedindo para que Ele fosse desenterrado e adorado e também alertou o rei sobre a maldição, o rei sabendo da importância da deidade após desenterrá-la e mandar continuar o culto fez um canal que levava a água do local sagrado que tocava na deidade até o palácio real, a vários quilômetros do local, onde o rei usava-a para se purificar.
A deidade esta dormindo olhando para o céu tranquilamente com as pernas cruzadas e com quatro braços carregando Suas armas com Ananta Sesha , a serpente do infinito, servindo-lhe como cama com seus anéis.
O templo recebe grande número de adoradores nos dias de Ekadasi, sagrados a Sri Vishnu, os budistam também adoram a deidade em grande número principalmente no festival de naga pachami dedicado às serpentes. O templo da ISKCON fica muito próximo ao templo de Sri Budhanilkantha.