sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Diwali na Casa Branca.




Semana passada hindus, jains e sikhs do mundo inteiro celebraram o Diwali, o festival das luzes, que comemora entre outras coisas a vitória da luz do conhecimento sobre as trevas da ignorância, ou do bem sobre o mau sendo mais simplista.
To um pouco atrasado (uma semana) sei disso mas vale colocar que este ano o próprio presidente dos EUA Barack Obama participou dos festejos de Dwali na Casa Branca, a festa ocorre lá desde o ano de 2007 mas Bush não participava, luz, conhecimento, bondade , não eram para ele afinal.
Nos EUA vivem mais de 2 milhoes de hindus, que ficaram muito alegres ao ver o presidente acendendo as lamparinas ao som do mantra do Brhadaranyaka Upanishad -- I.iii.28, cantado por um bharmana (sacerdote) vaishnava que diz;

"Leve-me da mentira para a Verdade.

Leve-me das sombras par a luz.

Leve-me da morte para a imortalidade"

Não só na Casa Branca o Diwali foi festejado em varios locais e cidades a população americana participou de eventos relativos ao Diwali, até quem diria, a Nasdaq deu uma paradinha para acender umas lamparinas, quem sabe assim chama uma luz e ajuda de Sri Lakshimi ( a Deusa da Fortuna que é adorada em Dwali) para dar uma ajuda na economia americana que não está na melhor fase.






quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Foto do Dia. Garudavaharam


É comun nos grandes templos do sul da Índia durante os grandes festivais chamados Brahmotsavas que a deidade saia varias vezes do templo em procissão, em cada saída a deidade usa uma roupa e forma diferente e é carregada sobre um vahana ou "veículo" diferente, na foto o Garuda de ouro que carrega a deidade de Sri Venkateswara (Vishnu) usada em festivais (utsava murthi) ,chamada Malayappa Swami, na cidade sagrada de Tirupati.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Ratha Yatra em Belo Horizonte.

Texto e fotos de Bhadra Devi Dasi de Belo Horizonte - MG.

Neste último sábado, dia 17 de outubro, aconteceu o festival de Ratha Yatra em Belo Horizonte, quando as deidades de Sri Sri Jaganatha, Baladeva, Srimat Subhadra e Sri Sri Goura- Nitay, saem em um belo carro pelas ruas das cidades, distribuido lindos sorrisos misericordiosos a toda a população.Fruto do trabalho de vários devotos locais, a festa ocorreu na avenida Afonso Pena, principal avenidado centro da cidade. A concentração na Praça Sete precedeu o desfile que foi até o parque municipal. Devotos de vários lugares do Brasil, a animada caravana de devotos de Franco da Rocha e Bhakti Dhira Damodara Swami, líder espiritual nigeriano, uniram-se a congregação durante a festa. Após o passeio as deidades se instalaram no Parque Municipal que foi palco de diversas atrações dentre bandas, dança indiana e bhajans.Também houve uma distribuição de mais de 500 kits de samossa e suco pelo Alimentos Para a Vida. Enquanto chovia em vários lugares da cidade, no parque não caiu nem uma gota d'água sequer, uma verdadeira misircórdia de Krishna!Maharaj Bhakti Dhira Damodara deu um darshana aos devotos e, após o festival, deu ainda uma bela aula no templo, onde falou da nossa relaçãopessoal com Krishna.A festa continuou até o domingo, onde celebramos o festival de Govardana!Se o Senhor Jaganatha permitir, ano que vem teremos uma festa ainda melhor!Hare Krishna!!!

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Foto do dia. Durga em templo da ISKCON.

Estas belas deidades de Durga Lakshmi e Saraswati ficam em um templo da ISKCON (Sociedade Internacional Para a Consciência de Krishna) a cor salmão das paredes é típica, achei muito bonita a foto mas não sei de que país são exatamente, se alguem souber, please me fale.

Ujjain

Ujjain, Ujjaini ou como era conhecida na antiguidade Avanti é uma das sete cidades sagradas da Índia junto com Ayodhya, Mathura, Haridwar, Kasi (Varanasi), Kanchipuram e Dwaraka.
Ujjain é situada no banco do rio Shipra, um afluente do Ganga (Ganges), é dito para os que se banham neste rio alcançam a liberação alem de curas de varias doenças, o rio Shipra após sair de Ujjain junta-se ao Chambal que por sua vez une –se ao Yamuna e depois ao Ganga.















Muitos fatos históricos sagrados aconteceram em Ujjain, como a morte do demônio Tripura por parte de Shiva e foi em Ujjain que Sri Krishna e Sri Balarama estudaram sobre a tutela de Sandipani Muni.



































Alem do Ashram de Sandipani Muni e dos ghats (escadarias na margem do rio) sagrados a cidade abriga um dos 12 Jyotilingas (Lingas de Luz) do Senhor Shiva o chamado Mahakaleswara Jyothilinaga.
No Ashram de Sandipani Muni, onde Sri Krishna estudou, está o Gomati Kunda (foto acima e também Sandipani Muni) onde Krishna fez manifestar todos os rios sagrados da Índia para que Seu guru não precisasse sair em peregrinação.
Alguns templos importantes existem em Ujjain como o Gopal Mandir dedicado a Sri Krishna onde a deidade é feita de prata com cerca de 60 cm de altura e abriga duas portas de prata que pertenciam ao templo de Somanath (no Gujarat) que foi destruído pelos invasores muçulmanos em 1026, estas portas foram recuperadas por Mahadji Scindia no Afeganistão e trazidas de volta onde foram instaladas neste templo.
Outro templo muito importante, e o mais visitado na cidade, é o de Mahakaleswara que, como dito acima, abriga a Jyotirlinga do Senhor Shiva, uma das principais deidades de Shiva no subcontinente, é um local sagrado muito antigo mais o templo hoje data do século XIX, pois o anterior (para variar) foi destruído pelos muçulmanos (fotos abaixo).























































Durga é adorada na cidade no templo de Harsiddhi Mandir na forma de Annapurna, Mahalakshimi e Mahasaraswati, este templo marca o local onde caiu a sobrancelha de Sati (Devi) após seu corpo ser dividido em vários pedaços pelo Senhor Vishnu, o templo possui ainda duas colunas de lamparinas espetaculares que são acessas no Navaratri (festa dedicada ás Deusas) próximo ao templo de Devi está uma imensa figueira de Bengala que marca o local onde Parvati fez penitências a fim de conseguir o Senhor Shiva como esposo (fotos a baixo de Annapurna e seu templo).






































Também um Ujjain se situa o Mangalnath o local de nascimento de Mangala Deva, a deidade do planeta Marte, que é adorado junto com os outros planetas no Navagraha Mandir (Templo dos Nove Planetas) no Triveni Ghat, Ganesha é adorado como Chintaman ganesha uma enorme deidade junto com suas consortes Siddhi e Riddhi no Bade Ganeshji Ka Mandir junto ao templo de Mahakaleswara.






















Graças à importância religiosa e política a cidade também foi um grande centro cultural da Índia antiga e no começo da era comum (após o nascimento de Cristo) foi berço de grandes matemáticos como Bramagupta que dali difundiu o uso do zero, dos números negativos e de onde os números indo-arabicos foram difundidos para todo o mundo, o sábio Vaharamihira por sua vez descobria varias identidades da trigonometria e Bhaskaracarya, o famoso Baskara, escreveu o Lilavati (tratado sobre matemática) e criou a linda fórmula de Baskara (que eu tanto amo, kkk).
Não podemos esquecer que Ujjain é um dos quatro locais onde acontece o Kumbha Mela, a maior festa religiosa do mundo, que ocorre na lua cheia do mês de Chaitra (maio-junho) quando Júpiter está em escorpião e o Sol em áries.
Há a ISKCON tem um templo lindo em Ujjain também.












quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Foto do dia. Expanção do hinduismo.


No ultimo post falei um pouco sobre a expanção da cultura hindu, que ainda se expande agora rumo ao ocidente, um exemplo disso e que praticamente toda grande cidade americana, canadense, européia ou da Austrália tem um templo hindu, como este da foto dedicado a Meenakshi (forma de Parvati) que fica em Houston no estado americado do Texas.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

A civilização Cham.

Festa Hindu de Kate em templo Cham.
É de conhecimento geral que a Índia foi a única grande civilização que nunca tentou conquistar outros territórios fora da do sul da Ásia, mas isso não impediu que a sua cultura e religião se espalhasse por outros paises quem no passado quer hoje em dia.
Em paises como sul da Rússia e Irã até as ilhas da Indonésia são achados remanescentes deste legado cultural (se encontrou uma deidade de Vishnu no sul da Rússia e vários templos hindus em ilhas bem ao sul da Indonésia), este vinculo cultural era tão intenso que algumas nações chegaram a se indianizar, os exemplos mis notáveis são a civilização Khmer no Camboja, os reinos Hindus de Java e a menos conhecida civilização de Champa que ocupava o atual Vietnã.
O reino de Champa ou Champadesa era um reino de religião predominante hindu Shivaista onde o hinduismo durou ate por volta de 1500, período em que após varias invasões dos vietnamitas do norte o povo cham emigrou para outros paises como Malásia e Camboja, mais até hoje alguns templos a Durga, Vishnu e Shiva recebem adoração.
Os reino de Champa teve seu apogeu cultural e econômico nos séculos 7 ao 10 periodo em que controlavam o comercio marítimo entre China e reinos Árabes com capital em Bagdá.
Além das ruínas dos templos, principalmente em Mi Son e Indrapura, com inscrições em sânscrito e na língua cham, a maioria das informações que temos sobre este povo são os documentos que foram mantidos na China, documentos comerciais e nas crônicas acerca os governantes.
Esta civilização teve seu final após invasões vietnamitas que foi aos poucos empurando a população cham para o sul do país ate finalmente tomar todo o território expulsando os chams restantes para territórios vizinhos, e grande parte dos chams sofreu um genocídio no Camboja por parte dos Khmers Vermelhos, hoje os poucos restantes chams hindus são conhecidos como Cham Balamon (da palavra brahmana) que corresponde a 20% dos chams hoje (o resto segue o islamismo) o que no Vietnam chega a cerca de 50,000, que lutam arduamente para manter viva suas tradições e religião, o principal festival hindu no Vietnã atual é chamado Kate , onde os hindus revivem as danças e rituais tradicionais da sua comunidade, hoje são muito ajudados em matéria de religião por indianos de origem tamil que se estabeleceram no Vietnã onde abriram templos freqüentado na maioria por vietnamitas.

Texto em sânscrito

Adoração a Shiva pelos Cham
















Linga e templos antigos.























Vishnu e templo dedicado a Visshnu.

























Acima Shiva Nataraja e abaixo Balarama
























Linga no Museu de arte Cham no Vietnã.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Ardhanariswara अर्धनारीश्वर








O Senhor Shiva tem varias manifestações assim como Devi, mas ambos tem uma manifestação única como um só ser, Ardhaniswara अर्धनारीश्वर ou “ O Controlador Meio Mulher”, uma forma de Shiva e Parvati unidos no mesmo corpo para mostrar que não existe diferença entre ambos.
Ardhaniswara é uma das formas mais antigas conhecidas pela qual Shiva e Devi são representados cada um ocupando um lado do corpo, geralmente com Shiva a direita.
Esta forma serve para exemplificar como os princípios masculinos e femininos são inseparáveis dentro da concepção do Divino na tradição védica, um não existe sem o outro e também que o divino esta alem das distinções de gênero e dualismos do mundo material.
Existe uma historia narrando uma das aparições de Shiva sobre esta forma:
O sábio Brigni, um grande devoto de Shiva, costumava adorar ao Senhor Shiva, mas não Shakti Devi, a Deusa então como a personificação da força do Universo decidiu retirar o poder do corpo do sábio, assim o sábio não podia sequer ficar de pé.
O sábio digiriu-se e apelou ao Senhor Shiva que lhe deu uma vara para que o sábio se apoiasse e ele passou a andar com a ajuda do bastão e a adorar ao Senhor Shiva, mas só a Shiva.
Devi então decidiu ir ter com Shiva e informou sobre a falta de respeito, pois ela sendo parte de Shiva não era considerada como tal pelo sábio. Certo dia enquanto era adorado pelo sábio o Senhor Shiva apareceu perante Brigni com Parvati a seu lado, ao ser visto pelo sábio Shiva enlaça Parvati por sobre o ombro e puxou-a para junto de si e se fundiram em um só corpo, metade Shiva metade Parvati, ao ver o milagre o sábio compreendeu a grande ofensa que cometerá por considerar Parvati como diferente de Shiva, percebendo o arrependimento do sábio Parvati lhe devolve a energia.
A iconografia de Ardhaniswara é um perfeito balanço entre o masculino e feminino, nos bronzes do sul, por exemplo, o corpo é colocado em tribhanga, ou seja, curvado em três locais, com dois braços do lado de Shiva um segurando o machado (pasha) e outro acariciando o focinho do touro Nandi, os cabelos em dreads trançados sobre a cabeça (jata mukuta) e vestido com pele de tigre, já o lado de Parvati aparece com um braço gracioso a segurar um botão de lótus os cabeços enrolados em jóias sobre a cabeça a formar uma coroa cônica e uma vesthi (saia drapeada) de seda sobre as pernas e pés com tornozeleiras de ouro.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Foto do Dia, kolam para Krishna

É costume em muitos locais da India o desenho de mandalas e diagramas perante a porta de entrada da casa diariamente, em Tamil Nadu no sul e chamado de kolam, na foto mulher faz um kolam elaborado perante o templo de Partasharathi em Chennai como uma oferenda a Krishna(Partasharathi)