terça-feira, 26 de maio de 2009

Sambandar







Por volta do século sete na sul da Índia um pujari (sacerdote que faz os ritos do templo) e devoto de Shiva chamado Sivapada Vrundiyar foi com o seu filho e esposa para o templo de Shiva, sempre orando pedindo para que Shivaismo prevalecesse sobre o Jainismo que era muito poderoso na época, pedia a Shiva alguém para fazer com que os Vedas prevalecessem.
A pujari foi banhar-se com a esposa no lago do templo e seu filho de três anos reclamava pedindo comida, o pai disse que o alimentaria assim que acabasse o puja pensando que era uma simples reclamação infantil, entre mentes o pai resolve mergulhar nas águas do lago e o seu filho chorando não nota quando o pai entra para o fundo da água, ao voltar a visão para o lago a criança não vê seu pai e volta-se chorando e correndo para a torre à entrada do templo gritando Amme Appa, em tamil “pai, mãe”, e olhando para a imagem esculpida de Shiva e Parvati na torre, então os grandes pais do Universo (Shiva e Parvati) aparecem perante a criança montados em um touro branco, e tomada de amor Parvati Devi pega a criança em seu colo e a alimenta com o próprio seio e lhe entrega mais um copo de ouro com o leite sagrado, que continha todo o conhecimento do universo.
Seu pai após sair do banho e vendo seu filho feliz com o copo de ouro vazio na mão lhe pergunta bravo quem lhe alimentara com leite e que ele não deveria sair aceitando comida de qualquer pessoa, pois viu gotas de leite escorrendo da boca da criança, pegou uma varinha como que para bater no filho que começou a chorar e apontou para a imagem do casal divino na torre do templo e começou a entoar hinos em louvor a Shiva e Parvati que deixaram seu pai estupefato. A partir deste momento o menino ficou conhecido como Tiru Jnana Sambandar ou aquele que recebeu o divino conhecimento do Senhor.
Diariamente a criança cantava hinos em louvor a Shiva no templo, batendo palmas para marcar o tempo e então Shiva lhe apareceu e deu um par de címbalos de ouro, vendo o ocorrido as pessoas começaram a adorar a criança que continuava a cantar para Shiva, tão bela era a canção que até Narada Muni apareceu para ver.
Sambandar então começou a peregrinar com seu pai pelos templos de Shiva primeiro em Chidambaram ( o templo famoso de Shiva Nataraja ),onde foi louvado por todos os brahmanas.
Em suas andanças fazia vários milagres como curar doentes e até ressuscitar um morto além de multiplicar moedas de ouro, mas só suas músicas em louvou a Shiva e Parvati já eram suficientes para acabar com o sofrimento das pessoas.
Nesta época o rei da cidade de Madurai era jainista e perseguia os seguidores dos Vedas, e dois ministros que disfarçadamente ainda continuaram hindus sabendo da fama do jovem brahmana decidiram convida-lo para Madurai para que Sambandar trouxesse o rei novamente ao hinduismo.
Na chegada do santo à Madurai os jainas tentar-lhe fazer com que fosse embora de qualquer maneira usando de todas as artimanhas junto ao rei, até que convenceram o rei a atear fogo no acampamento de Sambandar e seus seguidores, ao ver o fogo o santo só com sua devoção e mantras extinguiu o fogo que se transformou em uma doença que atacou o rei, fazendo com que sua pele queimasse. A rainha sabendo das historias referentes a Sambandar convenceu o rei a dar uma audiência ao brahmana, Sambandar foi bem recebido apesar dos olhares desaprovadores lançados pelos jainas.
O rei decidiu fazer uma disputa filosófica entre Sambandar e os jainas para ver quais das duas religiões o Jainismo ou Hinduismo era superior, Sambandar concordou mais pediu que para que a reunião acontecesse o rei deveria ser curado antes, pois o fogo que ele enviara voltara para ele como uma doença terrível, ao que o rei concordou dizendo que cada grupo cuidaria de um lado de seu corpo.
Do lado esquerdo os jainas com mantras e penas de pavão tentavam curar as dores do rei mais ela só fazia aumentar, do lado direito Sambandar com cinzas (vibhuti sagrado para Shiva) entoava mantras e aplicava na pele do rei que melhorava instantaneamente e então passou para o outro lado deixando o rei totalmente curado. A rainha e os ministros vendo o ocorrido caíram aos pés de Sambandar, mas os jainas disseram que a cura não era milagrosa e que o jovem brahmana não os venceria em uma disputa filosófica.
Os jainistas dizendo que como eram portadores da verdade deveriam eles e os hindus liderados por Sambandar colocar seus livros sagrados escritos em folha de palmeira no fogo, o que contivesse a verdade não seria queimado ao que Sambandar concordou, os livros jainas foram consumidos ao passos que as escrituras hindus não.
O rei decidiu, então por misericórdia, dar mais uma chance aos jainas e eles disseram para que as escrituras de ambos os grupos fossem levadas ao rio Vaigai que corta a cidade, as que flutuassem contra a corrente sairiam vencedoras, pois continham a verdade absoluta, Sambandar aceitou mais um devoto hindu perguntou qual seria a punição para os perdedores e os jainas com raiva disseram que os perdedores deviam ser enforcados.
Ao chegar às margens do rio os jainas colocaram uma folha com seus ensinamentos no rio e esta foi levada pela corrente, Sambandar então colocou um de seus hinos a Shiva e esta deslizou água acima com delicadeza, os jainas por sua própria vontade foram enforcados, o rei então voltou a ser hindu e se devotou com firmeza a Shiva e a cidade de Madurai voltou a ser o local sagrado que sempre foi a séculos.
Sambardar passou o resto de seus dias viajando e pregando contra o jainismo e buddhismo até que Shiva o chamou de volta a Kailasha Sua morada eterna.

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